terça-feira, 25 de outubro de 2011

Sobre a crise na Europa

As palavras que seguem não são minhas, mas de José Saramago. Escritas no dia 15 de Abril de 1994, e publicadas no Caderno II do livro "Cadernos de Lazaronte", elas refletem um certo desconforto, um questionamento que, se antes só se revelava aos de extrema sensibilidade, com o gênio português, hoje parece cada vez mais evidente.

"Já se sabe que não somos um povo alegre (um francês aproveitador de rimas fáceis é que inventou aquela de que 'les portugais son toujours gais'), mas a tristeza de agora, a que Camões, para não ter de procurar novas palavras, talvez chamasse simplesmente 'apagada e vil', é a de quem se vê sem horizontes, de quem vai suspeitando que a prosperidade prometida foi um logro e que as aparências serão pagas bem caro num futuro que não vem longe. E as alternativas, onde estão, em que consistem? Olhando a cara fingidamente satisfeita dos europeus, julgo não serem previsíveis, tão cedo, alternativas nacionais próprias (torno a dizer: nacionais, não nacionalistas), e que da crise profunda, crise económica, mas também crise ética, em que patinhamos, é que poderão, talvez - contemo-nos com um talvez -, vir a nascer as necessárias ideias novas, capazes de retomar e integrar a parte melhor de algumas das antigas, principiando, sem prévia definição condicional de antiguidade ou modernidade, por recolocar o cidadão, um cidadão enfim lúcido e responsável, no lugar que hoje está ocupado pelo animal irracional que responde ao nome de consumidor".

É isso.

domingo, 16 de outubro de 2011

Inconformismo

O título deste post justifica a tão brusca retomada do blog. Melhor seria dizer seu uso repentino. A questão que aqui se coloca é o inconformismo, diário para os que enxergam um pouco além do evidente, mas que em alguns momentos parece emergir brusco, imediato, atrasado já, e acaba por vir aqui deitar-se, para ver se se acalma.

Minha revolta é por ter sido, há pouco, agredido pela inacreditável "tosquidão" do programa Domingão do Faustão. Um pobre homem foi chamado ao palco para pagar terrível mico, ao apresentar, com canto e dança, uma música do Michael Jackson. Evidentemente simples, com dificuldades de se expressar em português, o desempenho do rapaz foi terrivelmente parco. Vale dizer que não se tratava de uma sátira, o indivíduo claramente se acreditava capaz de apresentar algo de interessante. Faustão não deixou de fazer suas piadas ridículas, e o bando de macaquinhos treinados da platéia não deixou de apoiar, com vivas e palmas, o desempenho medíocre.

Há, em todo esse show bizarro, uma série de questões e reflexões que parecem clamar para serem vistas. As cortinas do ridículo parecem já estar rasgadas, mofadas, descosturadas, prontas para serem queimadas e enfim deixarem se revelar os problemas latentes dessa sociedade. Mas mesmo assim, os trapos restantes parecem que, de tão fluorescentes, atraem todos os olhos, todas as atenções, enquanto tudo que está por trás segue invisível.

Trapos fétidos como Big Brother Brasil, Pânico na TV, Programa do Ratinho, Programa do Gugu, praticamente tudo que é feito no SBT, RedeTV e Gazeta, para não dizer toda a estupidez transmitida em forma de cartilha social pelas novelas da Globo, e claro, o pobre homem posto no palco para fazer papel de ridículo e entreter seus expectadores que só podem ser acéfalos.

Por que tanto incômodo? Por que tanta revolta? Especialmente eu, que posso muito bem assistir meus canais da televisão fechada ou algum filme clássico da minha coleção... Simplesmente porque a mensagem transmitida através dessas bobagens é que para o brasileiro tudo serve! Que qualquer coisa é entretenimento suficiente. Que já que não podemos com a vida, vamos rir dela, por mais sem graça que seja. "Vamos celebrar a estupidez humana"! Vamos compartilhar os vídeos mais vistos, ainda que profundamente estúpidos, vamos twittar milhões de "kkkkkkkkkkkk" como resposta de uma piada tosca de qualquer humorista de '5ª categoria'... Gargalhadas que se repetem e se multiplicam nas redes sociais e que, aposto, serão cada vez menos vistas, ouvidas e de fato sentidas, no mundo real.

Muito se diz que a solução para o Brasil está na educação. César Nunes, professor e pesquisador da Unicamp, que respeito muito, disse que basta uma geração de crianças bem educadas (no sentido de receberem boa educação), e mudamos o país, o que concordo plenamente. Mas o ponto central da mudança, para mim, está na mídia. A televisão é uma máquina extremamente mais potente e eficaz do que a educação, independente da qualidade da última. Há muito mais aparelhos de TV do que professores, e são eles (ambos, mas falo dos aparelhos) que devem começar a assumir sua responsabilidade na formação de nosso povo.

A televisão é uma concessão pública, e deve sim estar de acordo com os interesses da nação, preocupada com os objetivos estabelecidos pelos governos, eleitos democraticamente pela maioria, é bom que se diga. Ora, se todos clamam por mais educação, comecemos por extirpar da televisão brasileira o preconceito, a intolerância, a falta de educação, o desserviço à população, a ignorância, e principalmente, a visão manipulada, tendenciosa e dominadora de uma senhora chamada Rede Globo.

É fácil, muito fácil, dizer que a educação é a solução. Porque, se assim for, o grande responsável é o professor, o educador. Eu daqui, de longe, apoio, ajudo, dou esmola, sou (que ódio) amigo da escola. Mas é lá que as coisas precisam ser resolvidas. Enquanto meu aparelho de TV transmite a todos, especialmente às crianças, a mensagem de que tudo serve.

Chegará o momento em que diremos: não, não serve?

Nota: morreu essa semana Leon Cakoff, fundador da mostra internacional de cinema de São Paulo. Homem que provou, como disse uma um comentarista do Jornal da Cultura que não me recordo o nome, que não é o interesse que gera a demanda, mas ao contrário. Os filmes que Cakoff trazia para a mostra, todos diziam desinteressantes e sem público. Hoje, as salas que apresentam os filmes do evento estão sempre lotadas, e os ingressos são concorrido.

Ou seja, não gosto daquilo que não me oferecem. Se me oferecerem bananas a vida toda, amá-las-ei; e tudo que não for amarelo, não me parecerá comida. Cabe, sim, aos professores e à escola, mas principalmente à mídia (também como instrumento do governo) oferecer outras frutas.

De minha parte, estou bastante enjoado de bananas.

domingo, 17 de julho de 2011

Esse senhor é um fanfarrão



Existe um ser chamado Ricardo Teixeira. Ele é o dono do futebol brasileiro. Já não é de hoje que tenho sérios problemas com essa pessoa. Mas semana passada, ele deu uma entrevista à revista Piauí extremamente esclarecedora.

A reportagem pode ser encontrada facilmente, e na íntegra, no Google. A repórter, Daniela Pinheiro, faz um trabalho fantástico ao transportar para as palavras detalhes que poderiam parecer inúteis, mas que enchem o texto de entrelinhas muito interessantes. Contudo, a reportagem é longa, e certamente poucos terão paciência para ler inteira.

Em suma, que de forma alguma substitui a leitura da “entrevista”, Ricardo Teixeira expõe-se de forma verdadeira, sincera e bastante clara. Refere-se sempre à seleção e a confederação brasileira de futebol com o uso de “eu”, concorda que algo só é verdade se aparecer no Jornal Nacional, come em restaurantes caros, esbanja dinheiro, e não se envergonha em dizer que persegue sim qualquer um que ficar contra ele.

Também se mostra um verdadeiro prodígio nos negócios, tendo sido capaz de tornar a CBF uma organização extremamente rentável, a seleção um objeto fantástico de marketing, e construído uma relação sólida de patrocínio com as maiores empresas multinacionais.

Há uma fala de Teixeira que destaco e reproduzo, para então chegar aonde quero: "Que porra as pessoas têm a ver com as contas da CBF? Que porra elas têm a ver com a contabilidade do Bradesco ou do HSBC? Isso tudo é entidade pri-va-da. Não tem dinheiro público, não tem isenção fiscal. Por que merda todo mundo enche o saco?"

Essa frase, somada a toda a entrevista claro, me fez definir algumas ideias e conceitos. Primeiro, a personagem que a entrevista evidencia é pessoa pela qual nutro o mais profundo desagrado. De dar inveja aos mafiosos do cinema italiano, Teixeira é claramente um homem sem escrúpulos, antiético, extremamente mal educando e evidentemente corrupto.

Dono, pleno, indiscutível e inabalável, de algo que não pode ser possuído, o futebol brasileiro, Teixeira evidencia que manda e desmanda, faz e desfaz, controla e manipula tudo, e como bem entender.

Enfim, defender a Copa do Mundo no Brasil, que tem Teixeira como presidente do Comitê Organizador, com poderes soberanos, é aceitar que se entregue um evento tão importante nas mãos desse senhor de índole, para ser extremamente educado, questionável. É como defender que se realize um banquete, em que sabe-se desde muito antes, que quem mais ganhará dinheiro é o chef e seus amigos, que os VIPs comerão do bom e do melhor, e que para o brasileiro, restará as migalhas.

Ps.: o maior problema é que, em terra de miséria, migalhas podem ser bem vindas.

Em tempo: gostei do jogo do Brasil de hoje. Acontece da bola não entrar (por isso acho que número de finalizações deveria colaborar de alguma forma no placar, não sei como, mas ajudaria muito o esporte. Um time não poderia mais entrar com o único objetivo de se defender, como fez o Paraguai). Os pênaltis foram mal batidos, mas também ninguém avisou que eles seriam realizados num campo de futebol de areia. E desafio alguém a montar uma seleção diferente da que montou Mano Menezes, sem clubismo, e sem avaliação "pós resultado ruim".

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Historinha sobre a crença

Uma menininha se aproxima, e me pergunta:
- qual a sua religião?
- nenhuma - respondo - sou ateu.
- você não acredita em Deus? - questiona perplexa a menina.
- eu acredito no homem - respondo.
A menininha fecha o rosto numa interrogação explícita e aguda, e vai embora. De certo, vai pensando: sujeito louco, acredita em cada bobagem...

terça-feira, 7 de junho de 2011

Nota sobre a despedida de Ronaldo


Hoje à noite, em jogo contra a Romênia, a seleção brasileira contará, pela última vez, com Ronaldo em Campo. A Rede Globo de Televisão está armando um enorme circo, construindo um espetáculo, assim como construiu o "fenomenal" de Ronaldo, assim como constrói aquilo que bem entender...

Não que a homenagem não seja merecida. Ronaldo foi fantástico, exuberante em suas arrancadas, exemplar em seus retornos ao campo, depois das várias e gravíssimas lesões, decisivo nos momentos mais importantes. Além disso, é o maior artilheiro em Copas do Mundo, o que não é pouco.

Porém, para olhos mais aguçados - ok, diminuemos drasticamente a arrogância - para os meus olhos, o espetáculo te um forte tom grotesco: pelas declarações de Ronaldo, treinar durante uma hora causa-lhe muitas dores, e para jogar os 15 minutos que pretende, pediu ao médico algum tipo de injeção, que o permita não sentir dor e, quem sabe, ajude um pouquinho no desempenho. Essas declarações foram exibidas no Globo Esporte de hoje, e foram feitas por uma pessoa de 35 anos, que há vários simplesmente não consegue manter o controle sobre o próprio peso.

Tudo isso, devido a que? Preguiça e petulância de um jogador que já tem todo o dinheiro que poderia querer? Não acredito nem por um segundo nesse argumento. O grotesco deste espetáculo, as lesões incríveis, as dores, o descontrole sobre o próprio corpo, a necessidade de drogas (ainda que legais), a derrocada e destruição de um corpo humano aos singelos 35 anos, tem um único motivo: o esporte de alto rendimento, com suas exigências sobre-humanas, e suas imperiosidades financeiras. Esporte que pegou um menino franzino aos 17 anos no Cruzeiro, e transformou-o em o dobro do que era, menos de 3 anos depois. E estejam certos, não foi um passe de mágica.

Ronaldo é talvez o maior exemplo desse resultado devastador do esporte de alto rendimento, devido a sua importância e fama internacional. Também não passam, totalmente, despercebidas as lesões sem fim dos atletas, masculinos e femininos, da ginástica, nem as mortes de ciclistas. Mas quantos casos não passam sem serem vistos. Casos dos que tentaram, não conseguiram, mas conquistaram as muitas dores, lesões, desgastes...

A Globo promete um espetáculo, e por tanto um espetáculo haverá. Mas eu estarei torcendo apenas para que Ronaldo saia ileso desses 15 minutos. Sair ileso da carreira de atleta profissional, já não é uma possibilidade, para ninguém, há muito tempo.

domingo, 29 de maio de 2011

Os belos opostos

Estive no Rio, no segundo fim de semana deste mês de Maio. Dentre as várias coisas muito legais, há dois momentos que quero compartilhar, desde que de lá voltei.

Calhou de, nesse tal fim de semana, estar acontecendo a FLIST - Festa Literária de Santa Tereza. O morro de Santa Tereza é belíssimo. Para chegar lá se pega o tradicional bondinho, que passa por cima dos arcos da Lapa. O morro é cheio de casas antigas e muito bem conservadas, e a vista é exuberante. O FLIST acontecia em alguns locais, e também nos restaurantes da região. O principal centro cultural, com diversas apresentações, era A Casa das Ruínas, um casarão antigo, realmente ruindo, mas onde foi construída uma estrutura metálica, que te leva com segurança até o topo da construção, e de lá, a vista mais linda que já tive. A cidade maravilhosa cercada de mar! Além disso, é possível ver vários pontos turísticos da cidade... Incrível.

Pois bem, ali vi a apresentação de um grupo-coral de moradores do Morro de Santa Marta, conhecida favela da cidade. Pessoas simples, a maioria insegura, se apresentando em um pequeno palco, que mais parecia uma gruta. A professora do grupo, e mais outro rapaz, acompanhavam apenas com um violão, uma das apresentações mais animadas, belas e sinceras que já vi. Aquelas pessoas comuns, sentiam na pele as letras daquelas músicas que cantavam. E cantavam com vontade, carinho, prazer e, também é sim necessário, muita afinação. Eu, como toda a platéia gritou no final, queria ouvir mais músicas, queria passar muito tempo ouvindo-os cantar. Saí do pequeno e singelo, mas muito bonito teatro, com um sorriso no rosto.

Mais um passeio pela FLIST, um lanche maravilhoso, e bondinho (eu pendurado do lado de fora!) para voltar para o centro. Dalí, pertinho até o monumental Theatro Municipal do Rio de Janeiro. O programa? Ópera, Lucia de Lamemore! Já sabendo que não poderia entrar de shorts, como havia tentado antes, trajava minha calça jeans e camiseta. Mas já do lado de fora, me senti um pouco inadequado, vendo homens de terno e mulheres de vestido longo...

Entrei. Fiquem, certamente, mais de 30 minutos de boca aberta, olhando para a grandiosidade do salão de entrada, e para todos os mínimos e perfeitos detalhes. As três cores de mármore, branco, verde e vermelho, adornados por detalhes em dourado, me deixara em êxtase. Admirei tanto aquele lugar, por sua beleza e história, que senti vontade de usar black tie. Não que eu estivesse me sentindo inadequado perante as outras pessoas, já me importei, mas não me importo mais com isso. Mas senti sincera vontade de me apresentar elegante para aquele lugar que merece imenso respeito.

Veio a ópera, que nunca tinha visto. Tudo impecável! Cantores fantásticos, uma enorme orquestra de acompanhamento, um palco super interessante e enorme, letras lindas numa história romântica e dramática (muito parecida com Romeu e Julieta, vale dizer), sem falar de toda a beleza da sala de espetáculos, e o suntuoso lustre localizado ao centro.

Saí de lá abismado pela possibilidade de assistir a duas apresentações tão diferentes, mas principalmente por viver momentos tão opostos, na "forma", mas tão semelhantes no significado: ambas foram apresentações de pessoas sentindo, vivendo, e se comunicando através da voz, da música. Ambas profundamente belas, uma pela simplicidade e outra pela grandiosidade. Ambas muito importantes, muito valiosas, por mais que diametralmente opostas. Mas o mais importante: ambas, independente de suas diferenças, e talvez graças às suas semelhanças, me fizeram o coração sorrir.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Blitz da Educação: a bobagem nacional

Já achava o projeto JN no Ar uma tremenda bobagem. No último mês antes das eleições, o Jornal Nacional resolveu que iria visitar 30 cidades do país, para conhecer suas situações, em 30 dias. Para isso gastou fortunas com um jatinho e o imenso trabalho de locomover uma equipe de jornalismo, e sua aparelhagem, para algum lugar qualquer. O pobre repórter ficava sabendo na hora do jornal para onde iria, e no dia seguinte tinha que apresentar a reportagem, já pronto para embarcar para outra localidade qualquer. Porque fazer desse jeito, e não com o simples auxílio de emissoras locais, que poderiam fazer uma análise muito mais aprofundada, com um gasto muito menor, não se sabe. Minha opinião: para mostrar que o JN pode.

O projeto fez sucesso (assim como Big Brother faz sucesso) e foi bolado o JN no Ar, Blitz Educação. A proposta agora era visitar uma cidade em cada região do país, e lá visitar a melhor e a pior escola da cidade segundo o IDEB, comparando as duas situações, e buscando as causas. Ainda que, para mim, continuasse sendo apenas um exercício de ostentação, parecia minimamente interessante. Até que, no primeiro dia do projeto, o repórter chama o especialista que os acompanharia durante as viagens, contribuindo para a análise das causas que levaram as tais escolas a serem as piores e as melhores: Gustavo Ioschpe. Para quem não o conhece, basta dizer: assina a coluna de educação da Veja (!).

O número de bobagens proclamadas por esse especialista em educação, ditas tanto nesse Projeto JN no Ar, quanto em sua coluna permanentemente ignorante, é inacreditável. Visitando uma das piores escolas de uma das cidades sorteadas para receber o jatinho da Globo, cujos professores estavam em greve, e que apresentava índice do IDEB de 1,4, se não me engano, Ioschpe se apressou em dizer: o problema dessa escola é muito claro, é a falta de consideração dos professores, que abandonaram seus alunos, que abandonaram a escola, e que estão sempre em greve (não foram essas as palavras, mas foi essa a ideia). Nas imagens, uma estrutura extremamente precária. Como a própria reportagem destacou, a escola fica em um bairro dominado pelo crime, e totalmente sem segurança. Soma-se a isso, a certamente nenhuma valorização do professor, e o zero de apoio dado quanto a materiais, transporte, merenda e etc. E a culpa do caos de quem é? Para o gênio Ioschpe, é do professor...

Aposto que o especialista suspirou de alívio ao montar no jatinho e partir de volta para sua certamente agradável vida de acadêmico, classe econômica B, ou talvez A, agora que convidado pelo Jornal Nacional. Santa hipocrisia.